Que tal passar as férias em um sítio onde se pode brincar à vontade, comer jabuticaba tirada do pé da árvore, ou deliciosos bolinhos de chuva, ouvir histórias e ainda vivenciar aventuras inesquecíveis? Muitas crianças que acompanhavam os episódios do programa infantil Sítio do Pica Pau Amarelo invejavam Pedrinho e Narizinho que, durante suas férias na escola, visitavam o sítio da vovó Dona Benta, uma simpática velhinha que podia ser a nossa avó. E também provar os deliciosos bolinhos de chuva da tia Nastácia!
Era sensacional acompanhar aquelas aventuras… a imaginação voava longe com as coisas mágicas e personagens fantásticos que existiam no sítio. Tinha a Emília, a boneca de pano feita pela Tia Anastácia para Narizinho, que começou a falar pelos cotovelos após tomar a "pílula falante" do dr. Caramujo, e o sábio e intelectual Visconde de Sabugosa, boneco feito de espiga de milho que ganhou forma humana, e que sempre colocava um freio nas invencionices de Emília, uma boneca inteligente e muito esperta.
Outros personagens do sítio eram o Marquês de Rabicó (um porco guloso), com quem Emília se casa, o Burro Falante e o Quindim (um rinoceronte falante). Ah, e não se pode esquecer da Cuca e do Saci, que eram primos. Aliás, os atrapalhados e medrosos empregados do sítio, Zé Carneiro e Garnizé, se borravam de medo só em pronunciar o nome da Cuca e do Saci, dois personagens que mais divertiam do que assustavam a molecada. Tia Nastácia também morria de medo do Saci e da Cuca. Mas a Emília não se intimidava e enfrentava a Cuca de igual pra igual. E quem vencia, é claro, era a boneca de pano. Faltou também o Tio Barnabé, um preto velho sábio, com um cachimbo na boca que ensinou Pedrinho a caçar Sacis.
Toda vez que Emilia e sua turma querem se transportar de um lugar para outro ou de uma época para a outra, eles falam a palavra mágica "Pirlimpimpim". Pronto, mais que depressa eles apareciam na Grécia Antiga ou em qualquer outro lugar onde viviam grandes aventuras. Emília também dizia "Faz de conta…" para abrir portas, mudar o rumo da história.
Tudo bem que cada criança podia ter seu personagem favorito – eu por exemplo adorava a Cuca, vai entender. Mas é inegável que a Emília era a grande estrela do programa. A maioria das crianças adorava a boneca inteligente e faladeira. Tanto é que a boneca de pano era um sucesso entre as meninas, e, por isso, aEmília era um dos brinquedos mais pedidos nos anos 80.
O Sítio do Picapau Amerelo foi transmitido pela TV Globo entre o final da década de 70 e o início dos anos 80. A criançada parava tudo o que estava fazendo e ficava ligada em frente à televisão para assistir aos episódios de 30 minutos. E como as histórias eram contadas em capítulos, a garotada fazia de tudo para não perder um episódio sequer. Em 2001 foi feita uma nova adaptação das histórias criadas por Monteiro Lobato. No entanto, cá pra nós, não tem como comparar, né? A primeira versão foi muito melhor, sendo mais original e importante para a teledramaturgia brasileira.
Bate uma saudade de tantas histórias… Me lembro até hoje do Minotauro, aventura passada na Grécia Antiga; de Os Doze Trabalhos de Hércules, também passada na Grécia; o Reino das Águas Claras (Narizinho se casa com o Príncipe Escamado), o nascimento do Visconde, entre outras. Até o Capitão Gancho resolveu aportar lá pelos lados do Sítio do Picapau Amarelo, assim como o Dom Quixote, personagem criado pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes
Saudades também dos atores que interpretavam os personagens do escritor Monteiro Lobato, em cuja obra os episódios foram inspirados. Saudades de Zilka Salaberry (Dona Benta); Jacira Sampaio (Tia Nastácia); Rosana Garcia (a primeira Narizinho), depois vieram Daniela Rodrigues, Isabela Bicalho e Gabriela Senra; Júlio César Vieira (o primeiro Pedrinho), Marcelo José e Daniel Lobo); Dirce Migliaccio, Reny de Oliveira (a mais marcante de todas as Emílias) e Suzana Abranches; Samuel Santos (Tio Barnabé); Tonico Pereira (Zé Carneiro); Canarinho (Garnizé); Romeu Evaristo (Saci); Dorinha Duval (a Cuca mais marcante de todas), Stela Freitas e Catarina Abdalla.
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