Magnum

Quem via a série Magnum e escuta falar nela lembra logo de um bigode style. O tal bigode era a marca registrada do personagem principal do seriado,interpretado pelo ator Tom Selleck. O curioso é que o bigode acabou sendo marca registrada do próprio Tom Selleck, que mesmo depois de Magnum continuou usando o bigodão em outros seriados e filmes no cinema.

Magnum pode entrar fácil pro rol de séries que marcaram os anos 80. Os episódios tinham ação, aventura, comédia e um pouco de drama até. Com o ator Tom Selleck como o protagonista, o personagem Magnum virou um homem charmoso, bem humorado, um bon-vivant que vivia rodeado por mulheres. Tom Selleck não foi a primeira opção para interpretar o detetive particular, mas hoje em dia, pode-se dizer que é impossível pensar em outro ator para o personagem.

Aliás, a série foi uma encomenda da rede CBS, que queria aproveitar os equipamentos de outra série de sucesso, Hawaii 5-0, e que tinha sido gravada nas paradisíacas ilhas havaianas. Deu certo. O sucesso da série foi tanto que foram produzidas 8 temporadas, entre 1980 e 1988, pela rede CBS, num total de 162 episódios.

Com a excelente repercussão nos Estados Unidos, não demorou para que a Rede Globo passasse a transmitir o seriado em sua programação. Assim, Magnum chegaria as telinhas brasileiras a partir de 1982, indo logo para o horário nobre das segundas-feiras da emissora carioca. Depois de algumas reprises, episódios inéditos foram exibidos em 1985, e mais uma vez, em horário nobre, só que desta vez às terças-feiras. Sucesso total.

Apesar da mudança de dia e horário de exibição (em 1987 passou para as tarde de domingo, e em 1989 era exibido aos sábados), Magnum continuou conquistando uma legião de fãs. No entanto, apesar de toda a audiência, a Rede Globo, infelizmente, não apresentou a última temporada, deixando órfãos os fãs de Magnum. Uma pena.

Mas, se a Rede Globo não exibiu a última temporada de Magnum, o mesmo não pode ser dito do canal a cabo TNT. No Brasil, o seriado foi exibido na íntegra, só que com um detalhe: a última temporada não foi dublada, e a versão foi ao ar com legendas. Não chega a ser uma bola tão fora quanto a da Globo, mas quem estava acostumado com os dubladores brasileiros sentiu a diferença.

Além da história ter caído nas graças dos brasileiros, não se pode deixar de lembrar dos atores que dublaram os personagens Magnum e TC. Afinal, Francisco Milani e Márcio Seixas, respectivamente, Magnum e TC, imprimiram aos personagens uma marca muito forte com suas vozes. E isso é um grande mérito, já que nem sempre as pessoas se lembram dos dubladores. E no caso de Magnum, as vozes de Francisco Milani e Márcio Seixas, definitivamente, não ficaram em segundo plano.

Pra quem não leu o começo e caiu direto aqui, fique sabendo que não, não estou falando de um famoso – e delicioso – sorvete! Estou falando do Magnum, um personagem de um seriado da década de 80.

Depois de lutar na guerra do Vietnã, e ter sido um ex-oficial da Inteligência da Marinha Norte-Americanada, Magnum, ou melhor, Thomas Sullivan Magnum III, se torna investigador particular. Ele troca o Vietnã pelo belo estado do Havaí, onde vai morar e trabalhar. E o que é melhor, ele vai morar como convidado numa luxuosa mansão do escritor de romances e playboy Robin Masters (ele nunca apareceu na série). E em troca da hospitalidade e mordomia, Magnum se torna o segurança da propriedade.

Mas, Magnum não tem uma vida tão mansa assim. Seguindo os seus passos está o mordomo inglês Higgins (John Hillerman), um ex-oficial do exército britânico. É ele quem fiscaliza o que acontece na mansão e se responsabiliza pelo bem estar da mansão e de seus hóspedes. A relação de Magnum e Higgins era, às vezes, tumultuada, mas a graça estava aí, nessa diferença de personalidades e pensamentos.

Magnum ainda precisava se preocupar com Zeus e Apollo, dois dobermans que estavam sob a responsabilidade de Higgins. Os dois cachorros não eram muito sociáveis com Magnum, o que sempre garantia boas risadas.

Apesar do controle de Higgins, Magnum levava uma vida de sonhos. Trabalhava quando queria, dirigia uma Ferrari vermelha, modelo 308 GTS (lindíssima), além de outros carros luxuosos de Robin Masters, praticava esportes e estava sempre rodeado de lindas mulheres. Se vestia de forma super informal, estando na maioria das vezes de camisa (as floridas eram constantes), camiseta, short ou bermuda, boné e tênis. Afinal, ele estava no Havaí, não é?

É claro que Magnum não estava sozinho. Ele conta com a ajuda de dois ex-companheiros da guerra do Vietnã: Theodore Calvin – TC (Roger E. Mosley) e Rick Write (Larry Manetti). O primeiro era um piloto de helicóptero, com o qual realizava passeios turísticos pelas ilhas locais, que ajudava Magnum em seus casos investigativos. Por causa de sua habilidade de voo, TC e seu helicóptero eram constantemente solicitados por Magnum. Já Rick era um playboy, proprietário e gerente de um clube privado na ilha. Rick tinha ainda contatos importantes no mundo do crime.

A sétima temporada de Magnum não foi lá muito bem, tanto que devido à queda na audiência, os produtores decidiram encerrar a série e, portanto, Magnum é aparentemente assassinado. Só que como a série foi renovada por mais um ano, foi preciso justificar a"morte" de Magnum. Assim, tudo não passou de um sonho, causado por suas lembranças do Vietnã. É, tosco mas fazer o que? Os fãs pelo menos adoraram.

Mas, quando chegou a oitava temporada, em 1988, Tom Selleck decidiu que era hora de se dedicar ao cinema, e assim, a série foi encerrada de vez. No final, Rick se casa, TC se reconcilia com sua ex-esposa e filha, Higgins revela ser Robin Masters, mas depois nega, e Magnum volta para a Marinha. Na última cena, Tom Selleck aparece sentado assistindo ao final de Magnum. Aí, ele se vira para a câmera e diz: "Boa noite!". Fim.