Moore, que viveu 007 sete vezes no cinema, morreu após uma curta batalha contra o câncer.
O ator britânico Roger Moore, famoso por interpretar James Bond sete vezes no cinema e por seu papel na série de TV O Santo, morreu nesta terça-feira na Suíça, aos 89 anos. Moore, que vivia no país há muitos anos, morreu após uma curta batalha contra o câncer. “Com grande pesar, anunciamos que nosso querido pai, Sir Roger Moore, morreu hoje na Suíça após a uma batalha breve, mas corajosa contra o câncer”, afirmou a família em uma nota divulgada no Twitter. “O amor que o cercou em seus últimos dias é tão grande que não pode ser medido em palavras”, acrescenta a nota, assinada por seus filhos Deborah, Geoffrey e Christian.
Ao longo de doze anos, entre 1973 e 1985, o londrino Roger Moore protagonizou alguns dos maiores clássicos da franquia de James B0nd, como 007 Viva e Deixe Morrer (1973), que teve música de Paul McCartney (Live and Let Die), 007 – O Espião que me Amava (1977), outro com música-tema inesquecível (Nobody Does It Better, de Carly Simon), 007 contra o Foguete da Morte (1979), 007 contra Octopussy (1983) e 007 – Na Mira dos Assassinos (1985).
O ator tornou o agente 007 um cavalheiro inglês com mais fleuma, após a fase viril do escocês Sean Connery.
Humilde, embora seja um dos 007 preferidos do público, Moore declarou uma vez que, para ele, o maior de todos era Daniel Craig, que ainda não foi substituído no papel. Além de Moore e Craig, James Bond já foi interpretado por atores como Sean Connery e Timothy Dalton.
Ao lado da defesa de Craig, se escondia o que para muitos era racismo: Moore era contra um ator negro no papel de James Bond. “James Bond já foi interpretado por um escocês, um galês e um irlandês. Acho que o próximo intérprete deveria ser um inglês-inglês. É uma ideia interessante, mas pouco realista”, disse à revista francesa Paris Match. Depois, contudo, o ator disse que suas colocações foram mal traduzidas. “Uma entrevista que eu dei à Paris Match sugere que eu disse algo racista sobre Idris Elba. Simplesmente, não é verdade”, escreveu no Twitter. “Quando um jornalista pergunta ‘se Bond deveria ser inglês’ e você concorda, não quer dizer que você tenha dito algo contra Idris Elba. A frase foi tirada do contexto”, acrescentou.
Roger Moore também interpretou detetives. Ele foi Sherlock Holmes no telefilme Sherlock Holmes in New York, de 1976, e deu vida ao inspetor Jacques Clouseau no filme A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa (1983).
Na TV, o ator londrino participou de séries como Ivanhoé (1958-1959) e O Santo (1962-1969), seu papel televisivo de maior destaque, que o projetou pelo mundo, já que o programa, em que interpretou Simon Templar, foi exibido em diversos países. No início dos anos 1970, ele ainda participaria de outra série de grande sucesso, The Persuaders, uma parceria com o americano Tony Curtis.
O ator estava escalado para Summer Night, Winter Moon, atualmente em pré-produção. Não se sabe ainda se chegou a gravar suas cenas.
Vida pessoal
Roger Moore se casou no total quatro vezes e em uma entrevista contou que apanhava das duas primeiras mulheres, já falecidas. No primeiro, com a patinadora Steyn Doorn Van, Moore chegou a ser atingido com uma chaleira. “Ela me arranhava. Minha mãe ficava gelada sempre que eu voltava para casa com novas cicatrizes”, contou o ator em um programa da TV. O casal se divorciou em 1953. Moore se casou em seguida com a cantora Dorothy Squires, que também batia nele. Segundo o ator, a jovem tinha “muito temperamento” e uma vez acertou sua cabeça com um violão.
Trajetória
O ator Roger Moore nasceu em 1927 em Londres e já imaginava ser artista desde pequeno. Serviu no exército militar durante a Segunda Guerra Mundial e foi morar nos Estados Unidos aos 26 anos. Com um talento excepcional, além de grande beleza, Roger logo assinou um contrato com a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), produtora de filmes e séries de Hollywood.
Então, o ator começou a participar de filmes como Melodia Interrompida (1955) e A Última Vez que Vi Paris. Moore também começou a atuar em programas na televisão e obteve reconhecimento pela série de faoreste Maverick, em 1957.
A sua fama internacional começou com a participação em O Santo, em 1962 e cresceu ainda mais com o protagonista no filme O Homem que Não Era em 1970. Roger considerava esse último o seu personagem favorito e havia afirmado que tinha sido o seu melhor desempenho na tela.
Três anos depois, Moore apareceu como o novo James Bond em Com 007 – Viva e Deixe Morrer, substituindo Sean Connery. Depois disso, o ator protagonizou mais seis filmes sobre o agente secreto. No seu último, 007 – Na Mira dos Assassinos, Roger tinha 57 anos e foi considerado velho demais para o papel. Timothy Dalton passou a interpretar Bond na sequência.
Nesse período, o ator ainda trabalhou em filmes como Selvagens Cães de Guerrae Resgate Suicida. Em 1981, Moore participou da comédia Quem Não Corre Não Voa, junto com Burt Reynolds. Depois disso, o ator apareceu em filmes menores, incluindo Desafio Mortal, o primeiro filme dirigido por Jean-Claude Van Damme.
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